O medo do medo

Eu sou uma pessoa muito medrosa. Tenho medo de me arriscar, de me comprometer com minhas metas e sonhos, com as pessoas. Tenho medo de sair, de viver novas experiências, e isso acaba me impedindo de fazer praticamente tudo. Por muito tempo, pensei que isso nunca mudaria. 

Quem sente medo sabe o quanto ele pode ser paralisante, especialmente quando damos abertura e liberdade para que controle nossa mente. Em um dos livros que li, havia um exercício interessante: fechar os olhos e se imaginar aos 80 ou 90 anos. Pensar em como sua vida seria se você continuasse fazendo exatamente as mesmas coisas que faz hoje — ou deixando de fazer por causa do medo. Seria uma vida cheia de alegria e contentamento? Você estaria vivendo o que sempre sonhou? Teria criado a família que desejava, conquistado o emprego que queria, viajado para os lugares dos seus sonhos? Estaria com boa saúde? 

 Ao refletir, me perguntei: "Eu teria vivido uma vida plena daqui a 60 anos se continuar exatamente como estou agora?" Se a resposta for não, vou mesmo continuar vivendo assim? Foi aí que percebi que meu maior medo não é enfrentar o desconhecido. Meu maior medo é chegar ao fim da vida e ser uma daquelas pessoas que, quando perguntados em entrevistas: "Se pudesse dar um conselho ao seu eu jovem, qual seria?" ou "Você se arrepende de algo que não fez?". E responder algo como: "Gostaria de ter tido mais coragem para enfrentar meus medos." 
Acho que esse é o único medo que vou permitir me guiar a partir de agora: o medo de me arrepender do que não fiz por causa do próprio medo.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário