Eu nunca tinha percebido o quanto o medo da morte esteve presente na minha vida. Sempre tive medo de perder algo ou alguém. Depois que perdi uma pessoa importante, esse sentimento cresceu ainda mais. Às vezes, o desespero toma conta quando penso na possibilidade de perder minha mãe ou meu gato. Basta que eles demorem um pouco mais na rua, e minha mente já cria cenários de como seria viver sem eles.
Imagino a casa vazia, os almoços com cadeiras desocupadas, o silêncio que ecoa pelos cômodos, e a ausência de um gato para abraçar. Nesses momentos, sinto uma falta de ar, um formigamento. É aterrorizante pensar que hoje eles estão aqui, mas um dia não estarão mais.
Embora a morte seja uma parte natural da vida, nunca fomos preparados para lidar com ela. Eu, pelo menos, não fui. A ideia de que hoje algo ou alguém está aqui, mas amanhã pode não estar, me paralisa. Como seria viver sem as pessoas que amo? Sem as pequenas coisas do dia a dia, aquelas que às vezes irritam, mas também trazem sorrisos?
Recentemente, em uma conversa com um amigo sobre o medo da morte, ele disse algo que tem me ajudado: "Aproveite o tempo que tem para abraçar e conversar." Desde então, toda vez que esse sentimento vem, eu procuro meu gato para perturbá-lo com carinho ou tento me concentrar no momento presente. Tento realmente ouvir quando alguém fala comigo, estar ali, para que no futuro eu não me arrependa de não ter abraçado ou escutado o suficiente.
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